Eduardo Bom Angelo é economista formado pela Universidade de São Paulo, pós-graduado pela EAESP-FGV/SP, Diretor Presidente da Brasilprev S.A., Vice-presidente do Conselho Diretor da Câmara Americana de Comércio/SP, Diretor da ANAPP, Voluntário do Instituto Empreender Endeavor, Membro do Conselho Gestor do EDH – Empresários pelo Desenvolvimento Humano, Membro do Conselho do Institudo Qualidade na Educação e Professor e Coordenador do Centro de Empreendedorismo das Faculdades Ibmec/SP. Tem dezenas de artigos publicados em revistas e jornais brasileiros e estrangeiros. Também é autor do livro Empreendedor Corporativo (Negócios Editora, 2003)
Matéria do Jornal “Valor Econômico”
Se você
perguntar para um ‘headhunter’ ou para o diretor de recursos humanos de uma
grande companhia sobre o perfil dos profissionais que eles buscam hoje,
certamente aparecerá um novo item, que vai além dos tradicionais liderança,
espírito de equipe e boa formação acadêmica – o empreendedorismo.
Mais que a vontade de desbravar mundos e montar o próprio negócio, o
empreendedorismo a que eles se referem está dentro das próprias organizações. O
empreendedor corporativo, define Eduardo Bom Angelo, diretor-presidente da
BrasilPrev Seguros e Previdência, reúne algumas características que a grande
maioria das pessoas não tem: ele não se contenta em fazer apenas suas tarefas
habituais – cria oportunidades, sugere mudanças, não tem medo do risco, é
comprometido com a inovação e adora encarar desafios. É um profissional que,
certamente, tem seu espaço garantido na conturbada órbita dos negócios.
Bom Angelo, executivo que passou os últimos 24 anos de sua carreira montando e
estruturando empresas para acionistas, acaba de lançar, pela editora Campus, o
livro ‘Empreendedor Corporativo – A nova postura de quem faz a diferença. Se há
poucos anos você perguntasse para qualquer aluno de administração onde ele
gostaria de trabalhar após o curso, com certeza responderia Unilever, Citibank,
Shell ou alguma outra grande multinacional. Muitos ainda falam sobre plano de
carreira. Hoje, eu digo para os meus alunos do Ibmec: ‘que carreira, meu
amigo?’ Esse negócio de carreira morreu, não existe mais’, sentencia Bom
Angelo.
Baseado na sua própria experiência dentro de organizações e na atuação como
professor do Ibmec e Faap, além de muita pesquisa, Bom Angelo reuniu de forma
pioneira um material bastante completo sobre o tema. No livro, ele faz duas
abordagens: uma comportamental, que evoca uma mudança de postura no mundo
corporativo, e a parte
prática, que
ajuda a identificar, no meio da massa empresarial, aqueles com espírito
empreendedor. O autor conta casos de alguns deles, como Emílio Umoeka
(Microsoft), Claudia Costin (Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo),
Herbert Schmid (Santista Têxtil) e Maria Fernanda Teixeira (EDS ). Além disso,
convidou especialistas para falar sobre sobre liderança, inovação, qualidade de
vida e criatividade. ‘São característica sem as quais o empreendedorismo não
anda.’
Profissionais com esse perfil não são encontrados aos montes pelos corredores,
ressalta o autor. E também não basta querer ser um deles. ‘O empreendedorismo é
uma característica que faz parte da personalidade’, acredita Bom Angelo. Mas há
muitos por aí que podem ser descobertos. ‘Em alguns, a característica já
aflorou. Em outros, ela pode estar dentro do armário. E, aí, tem como ser
lapidada.’ (R.L.)